C.S. – Fantasmas no Convento

 

Meu novo livrooooo!!!

Nessa edição você encontra o primeiro e o segundo C.S., assim como o passado dos personagens.

Por enquanto só está disponível na Amazon, demora um pouquinho para chegar, mas chega 😉

Obrigada para todos que ajudaram e para os meus leais leitores =D

 

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Tanek

Dois anos antes de Carlos aparecer no Vale do Rubi, Brianna namorava Jean, um necromante. Os dois se mudaram para um apartamento na cidade, ela continuava trabalhando com seu pai e ele fazia seus trabalhos de necromante. Certo dia seu pai recebeu um chamado de um antigo amigo chamado Brock que tinha caído em uma armadilha e estava em dificuldade. Tanek queria ir atrás do seu amigo sozinho, mas Brianna insistiu em ir junto e ele não teve que ceder. Jean foi junto e Jamal ficou cuidando do bar.

Segundo a mensagem ele estava em um castelo abandonado que ficava a poucos quilômetros do Vale. Tanek não sabia o que ele estava fazendo ali, mas conhecendo seu amigo, tinha uma boa ideia: provavelmente estava atrás de coisas preciosas para vender a colecionadores, era a única coisa que sabia fazer e que lhe interessava.

Chegaram lá sem saber exatamente o que fariam. Seu pai disse que ele devia ter caído em alguma espécie de poço e eles só teriam que tirá-lo dali.  Para enviar a mensagem seu amigo usou um ritual que só permitiu lhe dizer sua localização. O lugar estava caindo aos pedaços, Tanek disse para eles se separarem e cada um foi para um lado. Começaram a chamar o nome dele, mas não houve resposta.

Tanek subiu algumas escadas e quase caiu quando um dos degraus se desfez sob seus pés. Ouviu um barulho de algo se arrastando e seguiu até chegar a uma torre. O trinco da porta estava quebrado, ele a empurrou e viu um buraco no chão. Ajoelhou-se e olhou para o fundo sem ver nada além de escuridão. Chamou pelo seu amigo e ouviu o eco da própria voz retornar, mas não foi a única coisa que retornou, alguém respondeu, mas ele não conseguiu entender o que disseram, pois um eco se sobrepôs ao outro. Quando estava colocando a mão na cintura para pegar a corda que tinha presa no cinto, uma lâmina transpassou seu peito e alguém o chutou para dentro do buraco. Enquanto caía  chamou por Brianna.

Caiu por dois minutos tentando arrancar a lâmina, mas não conseguia. Era o sabre dos anjos, a única arma capaz de matá-lo, quando bateu no fundo soltou um grito de dor. Uma voz grave na escuridão falou com ele pedindo desculpa e dizendo que era uma armadilha. Era Brock. Tanek fez uma chama aparecer na sua mão e a aproximou do homem. Estava definhando, devia estar lá há muito tempo, pois era só pele e osso, suas mãos e pés estavam acorrentadas e mal conseguia falar. Tanek perguntou quem tinha feito aquilo e seu amigo respondeu que era um padre. Ele perguntou se sabiam de Brianna. O homem anuiu.

Antes que Tanek gritasse, Brianna e Jean estavam cada um em um quarto, as portas se fecharam e se trancaram. Brianna estava no segundo andar, quebrou a janela com a mão, cortando o braço e se pendurou, com os pés quebrou a janela do andar debaixo e entrou novamente. Primeiro foi soltar Jean, não foi difícil encontrá-lo, visto que esmurrava a porta. Assim que o libertou, eles ouviram o grito de Tanek e correram.

Quando estavam no meio da escada viram um padre que descia. Brianna saltou em cima dele, mordeu seu pescoço e o matou quase imediatamente. Eles correram até o alto da torre e chamaram por Tanek. Brianna saltou para dentro do buraco se apoiando na parede para amortecer a queda.

Seu pai já estava morto. Ela retirou o sabre, mas a pele dele já estava cinza e seus olhos vidrados. Brock lhe contou o que houve, o ritual foi feito pelo padre utilizando seu sangue. Brianna perguntou como o padre ficou sabendo do seu pai e ele contou que as freiras de um convento que fica perto do Vale que descobriram e o chamaram, também disse que elas sabiam dela. Jean chamou por ela. Brianna pegou a corda do pai e eles  alçaram os dois.

Brianna era apática e assim ficou por muito tempo. Eles levaram seu pai e seu amigo de volta para o Vale do Rubi. Enterram seu pai no cemitério da cidade e Brock se recuperou em pouco tempo. Brianna anunciou que ia atrás das freiras. O amigo de seu pai, Jean e Jamal disseram que iam junto.

Foi um massacre. Os quatro entraram por todos os lados matando sem fazer perguntas e sem ver quem eram. Só pararam quando estavam todas mortas. Mas não era o suficiente. Não queria que aquele convento fosse reaberto. Queimaram o lugar com todos os corpos dentro e foram embora.

Brianna guardou o sabre com ela. Tentou destruí-lo, mas não conseguiu. Depois do furacão causado pelo baú de Christa o sabre se perdeu. Brock foi embora e de vez em quando escrevia para saber notícias e dizer onde estava.

 

(Esses são personagens do livro C.S. – Detetive Particular, para saber mais sobre o livro clique aqui.)

Marina Sandoval

Tanek e Christa

Tanek era o pai de Brianna.

Quando Christa se mudou para o Vale do Rubi, Tanek logo sentiu que ela era diferente. Não era como ele e seus clientes, mas também não era humana. Era algo maior e por isso foi falar com ela. Ele só queria saber quem ela era e o que estava fazendo ali, pois não queria problemas.

Ela o recebeu na sua casa e, visto que já começava seu trabalho em controlar a mente de todos que ali viviam, tentou fazer o mesmo com ele e falhou. Sem outra escolha, o convidou para entrar.  Ele perguntou quem ela era e o que fazia ali. Christa quis saber a mesma coisa e os dois abriram o jogo. Só restava saber o que faziam ali. Tanek deixou de fora o que Brianna fez e só disse que queria levar uma vida normal com a filha. Christa percebeu que tinha duas opções visto que não podia controlar sua mente: dizer a verdade ou matá-lo para evitar que colocasse tudo a perder, mas ela tinha consciência de que não era fácil matar um demônio daquela estirpe. Sendo assim, achou que eles podiam entrar em um acordo. Ela lhe explicou o que estava fazendo e o que pretendia fazer. Quando ela terminou, a única coisa que ele quis saber foi o que ela faria depois de destruir os Deuses. Christa respondeu que ele não tinha nada com que se preocupar, que ela governaria o mundo de forma mais justa do que os Deuses jamais fizeram. Tanek nunca acreditou naquilo, mas visto que ela não era uma ameaça iminente, ele se tranquilizou e propôs que cada um cuidasse da própria vida sem interferir na vida do outro. E ele foi ainda mais categórico ao dizer que queria que ela ficasse longe dos seus clientes e ele faria com que seus clientes ficassem longe de suas meninas, com o resto da cidade ela podia fazer o que bem entendesse. O acordo foi feito com a ressalva que se algum cliente de Tanek se aproximasse de suas meninas, ela teria o direito de fazer o que quisesse com o dito-cujo. Christa imaginava muito bem que tipo de cliente ele devia ter e não podia arriscar. Tanek aceitou.

Ele voltou ao pub e contou tudo a Brianna, eles colocaram um aviso em todos os quartos que dizia para que ficassem longe da Ilha dos Cisnes. Quando Jamal veio trabalhar para ele, foi a primeira regra que ele lhe disse e, tirando poucas vezes, seus hóspedes seguiram o aviso e quando não obedeceram não havia nada que ele pudesse fazer.

Mas, certa vez, ocorreu algo diferente. Antes que Jamal fosse trabalhar para eles, Tanek hospedou um druida.  O homem fazia muitas perguntas e parecia ter intenção de ficar ali por tempo indefinido. Um dia uma das meninas de Christa foi bater na porta do pub, coisa que nunca havia acontecido. Ela pediu que Tanek a acompanhasse, pois Christa precisava falar com ele com urgência.

Ao encontrar a Valquíria, Tanek percebeu que havia algo errado. A mulher andava de um lado para o outro e suas mãos não paravam de se mexer. Christa lhe contou que o druida esteve no cemitério e perguntou se ele sabia o que o homem estava querendo ali, Tanek disse que nunca se envolvia com os assuntos dos seus hóspedes. Christa continuou dizendo que ele desenterrou corpos no cemitério. Ela havia enviado uma de suas meninas para averiguar, perdeu toda a ligação psíquica que havia com ela e a menina desapareceu. Christa tinha certeza que ele a matara e isso era o que a perturbava. Suas meninas eram treinadas para lutar contra Deuses. Como ele conseguiu matá-la?

Tanek respondeu que talvez fosse melhor deixá-lo fazer o que quer que estivesse fazendo e ele iria embora quando acabasse, mas Christa não se convenceu. Queria saber de qualquer jeito o que ele estava fazendo ali. Tanek logo entendeu do que aquilo se tratava, ela tinha medo de que ele estava ali por causa dela.

O demônio deu risada e falou o que pensava acrescentando que ele não iria entrar em um briga para ajudá-la na sua cruzada. Christa não negou a sua preocupação, mas disse que ele também deveria se preocupar, afinal, estava dormindo debaixo do mesmo teto que sua filha. Foi o suficiente para fazer Tanek repensar o assunto. Eles planejaram seguir o druida naquela noite.

Assim que o homem saiu do pub, Tanek ligou para Christa, ele o seguiu e ela o encontrou no meio do caminho. Como ela havia dito, ele foi para o cemitério. Começou a cavar uma das sepulturas, que pareceu ter sido escolhida aleatoriamente. A ideia inicial era, primeiro observar o que ele iria fazer com o corpo que encontrasse, para depois tomar alguma atitude, porém, paciência não era a virtude de nenhum dos dois e o druida cavava com muita dificuldade. Tanek se transformou e saltou em cima do homem que caiu estupefato com aquele ser demoníaco em cima dele. Christa apareceu logo em seguida perguntando o que ele estava fazendo ali. O druida assustado balbuciou coisas sem sentido. Ela perguntou mais uma vez e dessa vez acrescentou onde estava a menina. Ele enrugou a testa e respondeu freneticamente que não sabia. Christa perguntou como ele a havia matado. A resposta foi tão simples que ela se sentiu uma tola por ter se preocupado. Ele jogara uma esfera com um vapor que fez a mente da menina ficar confusa, por isso Christa perdeu o contato e foi o tempo suficiente para ele matá-la e enterrá-la junto com um dos corpos que desenterrara. O ódio de Christa a invadiu e ela lhe deu um chute no rosto enquanto perguntava por que desenterrar corpos e enterrá-los novamente. Ele respondeu que estava a procura de um baú, um baú que deveria conter a alma de uma Valquíria. Tanek e Christa se olharam. A intuição dela estava certa, ele sabia. Ela perguntou o que ele faria com o baú caso encontrasse, ele respondeu que ainda não sabia, mas poderia vir a calhar possuir tal objeto. Christa ordenou que Tanek o matasse, mas ele não o fez. Voltou a sua forma humana dizendo que ela podia matá-lo com suas próprias mãos. Ele saiu de cima do druida deixando-o desesperado e ela enfuriada. O homem mal teve tempo de se sentar e teve seu pescoço quebrado pelas mãos de Christa. Ela correu atrás de Tanek, o pegou pelo braço com força e perguntou se ele não estava do seu lado.

Ele riu.

Respondeu dizendo que nunca estivera do seu lado, que eles tinham um acordo, mas não iria matar por ela e principalmente, não iria obedecer ordens como suas meninas faziam. Aquilo foi o suficiente para despertar em Christa algo há muito adormecido. Ela segurou seu rosto e o beijou.

Após aquela noite eles se encontravam com frequência, sempre na sua casa. Brianna nunca soube.

Frequentando a casa de Christa ele aprendeu que suas meninas nunca se prostituíram, não de verdade. Os homens iam lá, não faziam absolutamente nada, deixavam mundos de dinheiro e saiam achando que tinham feito tudo. Isso divertia todas elas.

Tanek chegou a perguntar por que ela não desistia daquela missão por vingança para ficar ali, mas ela estava obstinada e mesmo se uma parte quisesse se render ao novo sentimento, outra, mais forte, não conseguia esquecer o que os Deuses fizeram contra ela. Não. Eles pagariam, todos eles.

Antes de Tanek fazer a viagem que o levou a morte, ele pediu a Christa para prometer que nunca faria mal a Brianna e ela prometeu. Quando ele morreu, ela chorou sem ninguém saber e todos os dias levava uma margarida ao seu túmulo, até o dia que descobriu Carlos.

(Esses são personagens do livro C.S. que você pode comprar aqui).

Jamal e Brianna

Jamal viajou para muitos lugares antes de chegar ao Vale do Rubi.

Primeiro ele tentou se misturar com os humanos para despistar suas irmãs, mas acabava sempre por odiar seus colegas. Não podia evitar de se sentir superior de certa forma, mas ao mesmo tempo sempre encontrava alguém que fazia com que ele se lembrasse da mulher que o salvou e isso era o bastante para que ele controlasse seus instintos. Pensava nela de vez em quando e desejava que estivesse bem.

Depois de um tempo decidiu viver como lobo em uma floresta. Ficou assim por cinco meses até encontrar uma mulher chamada Lydia. Ele a viu caminhando pela floresta e a seguiu. Não era comum ver pessoas por ali. A mulher parou em um local, meditou, depois começou a fazer movimentos que ele reconheceu como sendo tai chi. Quando ela terminou todo ritual, ela se virou para ele. Jamal se colocou em posição de defesa imediatamente, não sabia que ela o tinha visto, mas ela sorriu e perguntou se ele precisava conversar. O lobo hesitou por um momento, se aproximou com passos cautelosos e mostrando os dentes. A mulher não se intimidou, continuou ali parada olhando para ele. Fazia tanto tempo desde que Jamal havia conversado com alguém que resolveu arriscar. Voltou a sua forma humana e a primeira coisa que fez foi perguntar como ela sabia. Lydia respondeu que era um dom e perguntou há quanto tempo ele vivia na floresta e como um lobisomem puro estava sem sua matilha. Jamal não pretendia contar sua vida para uma estranha e ela não insistiu, só disse que se ele quisesse um trabalho e se quisesse viver entre semelhantes ele podia procurá-la. Ela lhe deu seu cartão e foi embora.

Jamal passou um dia inteiro pensando sobre a proposta. No final decidiu que não queria viver naquela floresta como lobo para sempre e se aquilo fosse uma armadilha das suas irmãs, então que fosse, talvez ele as mataria como fez com os outros e acabaria com aquilo.

No endereço que a mulher lhe deu havia uma loja de produtos naturais. Assim que abriu a porta e ouviu um sininho tocar, sabia que não conseguiria trabalhar ali. Jamal foi direto ao assunto, perguntou que tipo de trabalho ela estava falando. A mulher explicou que no seu ramo de trabalho ela conhecia muitas pessoas e que poderia ajudá-lo a achar algo, claro que não pela bondade do seu coração, mas por um pequeno preço. Jamal foi logo dizendo que não tinha dinheiro, mas ela respondeu que podia esperar até que ele arrumasse o trabalho e ele poderia pagar depois. Ele aceitou e eles conversaram sobre o que Jamal sabia fazer. O problema era que o que Jamal sabia fazer como arqueólogo não era muito útil por aquelas partes. Sendo assim, ela perguntou se ele se incomodaria em fazer um trabalho como lavar louça em um pub ou ser barista. Ele deu com os ombros, achava que poderia tentar. Ela lhe assegurou que as pessoas, tanto dono quanto fregueses eram como ele, diferentes, e por isso ele não teria problemas. Lydia o enviou ao Vale do Rubi para trabalhar com Brianna e seu pai.

Lydia estava certa. Todos que entravam ali, com exceção de alguns desavisados, eram seus semelhantes. Pela primeira vez em muito tempo se sentia bem. Brianna lhe ensinou tudo o que tinha que saber, não que fosse muito difícil, mas mesmo assim seu pai gostava das coisas bem feitas. Os dois ficaram amigos e logo já sabiam tudo um do outro, até aquilo que ninguém mais sabia. Quando Jamal lhe disse de suas preocupações com suas irmãs que, até onde ele sabia, podiam aparecer ali a qualquer momento, Brianna simplesmente respondeu que se elas aparecessem, eles cuidariam delas. E ele não estava errado.

Um dia, quando todos dormiam, ele ouviu um uivo. Saltou da cama imediatamente e correu para fora do pub. Ali estavam, eram as duas com mais dois machos. Ele mal teve tempo de se transformar quando todos já saltavam em cima dele. Jamal não sabia quem o mordia e quem ele estava atacando, só sabia que sentia o gosto de sangue na boca, tinha certeza de que morreria ali, mas levaria pelo menos um deles com ele. Então ele viu uma movimentação que não soube dizer o que era, um dos lobos simplesmente desaparecera no ar como se tivesse sido jogado longe. Os outros lobos se dispersaram e ele viu Brianna com o rosto desfigurado, presas grandes e pontudas como as de uma serpente e os olhos amarelos. Do seu lado estava quem só poderia ser seu pai, mas ele nunca diria se não soubesse. Era um demônio em todos os aspectos, mas não foi o suficiente para espantar suas irmãs. Elas os estudaram um pouco, então uma delas voltou a forma humana dizendo em seguida que aquilo não era um problema deles, que Jamal traiu e matou sua família e que ele faria o mesmo com eles. Brianna não lhe deu uma resposta, saltou em cima dela e enquanto a mulher voltava a ser um lobo, enfiou suas presas no seu pescoço e a batalha se seguiu. Jamal não tinha mais condições de lutar, se afastou mancando enquanto Brianna e seu pai cuidavam do resto, mas sua irmã não o deixou ir. A loba estava sofrendo com o veneno de Brianna, seu corpo se estava decompondo aos poucos, mesmo assim, ela ainda conseguiu derrubá-lo. A última coisa que Jamal viu foi a cabeça da loba se desgrudando do seu corpo. Rolou os olhos e viu uma foice e um homem. Era o único hóspede do pub naquela noite. Seu nome era Jean.

(Jamal e Brianna são personagens do livro C.S. que você pode comprar aqui).

Susan

Susan era uma garçonete em um pequeno bar. Todas as sextas-feiras uma banda de quatro rapazes tocava ali. O vocalista da banda sempre flertava com Susan, mas ela não lhe dava muita atenção, até que um dia ele a convidou para ouvi-los tocar em um local famoso da cidade. Impressionada, ela aceitou o convite.

Esse foi o começo do relacionamento deles e tudo foi como um sonho para a moça, mas depois de um ano as coisas mudaram. Os companheiros da banda do seu namorado começaram a usar drogas, não que antes não usavam, mas usavam menos e com menos frequência, agora era sempre, todo dia, e ele também. Susan não gostava das drogas, mas gostava dos presentes e da atenção que ganhava, por isso continuou com ele.

Certo dia, quando Susan entrou no apartamento do seu namorado, ele não parecia nada bem. Ela não sabia o que ele tinha fumado ou injetado, não importava, o que importava era que estava descontrolado. Agia como se alguém o estivesse perseguindo, gritava para que o deixassem em paz e estava com uma faca em mãos. Susan se assustou com a cena e estava para ir embora quando ele pulou na sua frente com os olhos arreglados de terror. Susan deu alguns passos para trás, tropeçou na mesa de centro caindo ao chão e foi se arrastando para trás. Ele foi para cima dela como um touro, ela fez o que pode para desviar, mas não conseguiu. A faca entrou no seu abdômen e ela soltou um gemido abafado enquanto ainda tentava se afastar dele. O rapaz alucinado ficou olhando para o sangue que escorria no tapete e esqueceu dela.

Susan continuou se afastando, queria alcançar o telefone, mas quanto mais se mexia, mais sangrava e sentia uma dor imensa. Seus olhos queriam fechar, mas ela não queria tirar os olhos dele, que continuava imóvel, sem piscar. A visão da moça começou a embaçar, não sabia se pelas lágrimas ou porque estava morrendo. Então, viu um vulto, achou que era ele e tentou ir para longe, mas não tinha forças. A pessoa chegou bem perto dela, não era ele. Era uma mulher. Ela lhe tocou o rosto e Susan se encontrou em pé no meio do apartamento; o rapaz ainda estava lá, assim como seu corpo caído. Olhou para ela mesma, estava suja de sangue e Christa estava na sua frente.  A mulher se apresentou, Susan perguntou se tinha morrido, Christa respondeu que ainda não, mas que ela poderia salvá-la. Ela colocou sua mão sobre a mão de Susan e falou que ela estava ali para ajudá-la a se vingar daquele que a matou, tudo o que ela pedia em troca era que ela a ajudasse na sua vingança também. Susan relutou, olhou em torno ainda tentando entender o que estava acontecendo, Christa lhe disse que não tinha muito tempo, precisava decidir antes de morrer. A garota perguntou o que aconteceria com ela, Christa respondeu que ela viveria, mas seria uma sua súdita e quando o momento chegasse ela deveria subir à morada dos Deuses, acrescentou dizendo que todo o tempo que elas passassem na terra se preparando ela poderia usar para se vingar e que nunca envelheceria. Susan respondeu que não queria ser escrava de ninguém, Christa disse que não seria escrava, no momento em que ela decidisse deixá-la, ela a liberaria, mas isso iria significar a concretização da sua morte, a escolha era dela, morrer agora ou alongar a “vida”. Susan não precisou de mais do que isso e aceitou o acordo.

Christa pegou na sua mão e a moça foi se sentindo mais viva e no entanto ali estava o seu corpo, agora morto. Tocou a parede para ver se ela era real, se era sólida e era! Estava um pouco tonta, mas não sentia dor. Então percebeu que o rapaz tinha ido embora, Christa viu o ódio em seu olhar e acalmou dizendo que elas o encontrariam em qualquer lugar. A mulher tocou o ombro de Susan e então elas estavam em uma rua escura com alguns mendigos dormindo em um canto com um fogo para aquecê-los e ao longe Susan viu um homem vindo na direção delas. Ele tinha o passo apressado como se estivesse fugindo. Christa foi até ele, quando a luz do fogo  iluminou o rosto do rapaz, Susan corou de ódio. Era ele! Ela se aproximou, mas logo percebeu que ele não a via. Christa estava na sua frente, com uma seringa na mão, ela não lhe disse nada, só colocou a seringa em suas mãos. Ele pegou, sem relutância, o que Susan achou estranho. Ali, na frente delas, ele injetou o conteúdo da seringa e em seguida caiu no chão agonizando. Feridas em carne viva começaram a aparecer no seu rosto, seus gritos chamaram a atenção dos mendigos que devagar começaram a se aproximar e Susan notou que eles não olhavam para elas. Christa tocou seu ombro novamente e elas estavam na sua casa. A moça se afastou dela perguntando quem ela era de verdade, ao que Christa respondeu prontamente, contando toda a sua história. Susan ainda desconfiava e questionou se aquilo que ela viu não fora um sonho ou algum de tipo de ilusão. Queria ter certeza de que aquilo realmente tinha acontecido. Christa, sempre paciente, concordou e disse para ela procurar por ele, tomando cuidado, pois para o mundo ela estava morta.

Susan colocou um lenço na cabeça, óculos escuros e foi para o hospital mais próximo da casa dele, afinal, se aquilo tudo foi real, era para lá que ele seria levado. Chegando lá, ela deu o nome do rapaz dizendo que era uma sua amiga e dando outro nome qualquer. A enfermeira a encaminhou, ele estava lá.

Ela o viu, pela janela de vidro do quarto, feridas enormes cobrindo, não só seu rosto, mas também suas mãos e pescoço. Um sorriso sutil nasceu nos lábios de Susan, o rapaz virou a cabeça para o lado, ela tirou os óculos e o lenço, queria que ele a visse e ele a viu. Seus olhos se encheram de terror, ela lhe fez um aceno com a mão e o seu sorriso de alargou. O rapaz apertou o botão desesperadamente para chamar a enfermeira. Ela deu as costas e foi embora se sentindo poderosa.

Susan correu para casa ansiosa para ver Christa novamente, chamou por ela e quando esta apareceu, ela lhe perguntou imediatamente o que mais poderiam fazer com ele, Christa respondeu que poderiam fazer o que ela quisesse. Susan lhe disse que faria qualquer coisa por ela, jurou lealdade e obediência e elas partiram para o Vale do Rubi onde Susan e outras como ela seriam treinadas pela própria Christa e de vez em quando sairiam para atormentar aqueles que as mataram.

(Essa é uma personagem do livro C.S. que você pode encontrar aqui.)

Jamal

Jamal fazia parte de uma matilha onde eram todos arqueólogos. Durante o dia eles escavavam, mas durante a noite era diferente. A matilha de Jamal era pura, ou seja: todos nasceram lobisomens, portanto não tinham problemas com a lua. Se transformavam quando queriam e sabiam muito bem o que estavam fazendo. Toda noite eles saiam juntos para caçar, não que precisassem, mas gostavam, era como um jantar em família. Certa noite lá estavam eles, seis lobos, dois homens e quatro mulheres. Uma delas era a mãe de Jamal, as outras eram suas irmãs e o outro homem era seu pai. Eles estavam no Egito, passavam o dia no deserto em meio às pirâmides, mas a noite voltavam para a cidade e quando a madrugava reinava eles saiam como lobos. Não tinham uma presa definida, qualquer tipo de carne servia, podia ser outro animal, carnívoro ou herbívoro, voador ou mesmo um humano.

Eles andavam pelas ruas com uma certa distância entre si, evitando qualquer lugar movimentado, preferiam não causar estupor e nunca tiveram problemas, pois ninguém sobrevivia a um encontro com eles. No dia seguinte o que sobrava do corpo assustava alguém que teve a infelicidade de passar pelo local, às vezes conseguiam identificar o corpo, às vezes não, mas não havia modo de dizer o que ou quem fez aquilo. Não caçavam sempre no mesmo lugar, pois sabiam que se muitas mortes acontecessem em um mesmo lugar, a segurança naquela área poderia aumentar, por isso sempre mudavam de lugar.

Lá estavam eles, descendo escadas, passando por ruas estreitas e subindo ladeiras, quando avistaram um homem bêbado que estava sendo jogado para fora de um bar, devia ter entrado em uma briga, pois seu nariz sangrava. Ele se levantou xingando o dono do bar, cuspiu sangue e saiu cambaleando. A matilha o seguiu, eles se separaram para cercá-lo. O homem virou uma esquina e entrou em uma ruela, o lugar perfeito. Os seis se aproximaram lentamente, três por um lado da rua e três pelo outro. O pai de Jamal saltou em cima do homem e os outros acompanharam. O homem nem chegou a ver o que havia acontecido, já estava no chão tendo sua jugular estraçalhada, porém, o homem havia gritado ao cair. As vítimas sempre gritam, mas dessa vez alguém ouviu e foi ver o que era. E não era uma pessoa qualquer, era um soldado armado.

Quando o soldado virou na rua, viu a cena, seis lobos se alimentando de um homem, o horror e a surpresa durou pouco. Ele já estava com a arma pronta para atirar, não conhecia nada sobre lobos, achou que se atirasse em um os outros fugiriam e talvez o homem ainda estivesse vivo. Ele disparou. A bala entrou no flanco esquerdo de Jamal, ele soltou um ganido, os outros pararam de comer e imediatamente saltaram para cima do soldado. Jamal se arrastou para longe do local até não aguentar mais e cair quase desmaiado. Segundos depois ele ouviu alguns passos ao longe e um grito abafado de surpresa. Sentiu uma mão acariciar seu pelo, foi colocado em cima de um pedaço de pano e foi arrastado para longe.

Quando Jamal acordou estava em um pequeno quarto. Ainda como lobo, ele levantou a cabeça e viu uma mulher de costas lavando panos empapados de sangue.  A moça se virou e foi até ele com um sorriso, conversou com ele de modo carinhoso passando a mão na sua cabeça e colocou um curativo limpo na sua ferida. Ela lhe deu água, comida e depois saiu dizendo que voltava logo. Jamal tentou se levantar, mas não conseguiu, percebeu que teria que ficar ali até melhorar, o que não demoraria muito visto que seres como ele se regeneram mais rápido.

Após cinco dias, Jamal já conseguia ficar de pé. Não podia correr ou saltar, mas consegui andar de um lado para o outro. Pensou em ir embora quando a moça fosse dormir, mas disse a si mesmo que ainda precisava se recuperar e ficou mais um pouco.

Então chegou o dia em que ele já estava recuperado e não havia mais desculpas para ficar. A moça claramente não tinha intenção de colocá-lo para fora, sempre que estava em casa, ela conversava com ele e lhe fazia carinho. Então Jamal dizia para si mesmo, amanhã eu vou, mas amanhã nunca chegava.

Certo dia, já tarde da noite, Jamal sentiu um cheiro que o fez saltar da cama. Era sua família; estavam perto. Muito perto. Deviam estar a sua procura. A moça dormia com a janela aberta por causa do calor. Jamal ficou em dúvida se deveria acordá-la ou lidar com aquilo sozinho. Não demorou muito para decidir, visto que o cheiro ficava cada vez mais forte. Pela primeira vez em muitos dias, ele voltou a sua forma humana, a primeira coisa que fez foi correr até a janela, mas já era tarde. Dois lobos pularam pela janela e em seguida vieram os outros três.

Jamal deu alguns passos para trás, não sabia o que dizer e era obvio que eles não entenderam o que ele estava fazendo ali, não estava ferido e parecia esconder algo. Não tiveram que procurar o que era, a moça saiu do quarto e quando viu cinco lobos e um homem na sua sala, ficou em choque, estava para fechar a porta do quarto quando um dos lobos saltou em cima dela derrubando-a no chão. Jamal voltou a sua forma de lobo e atacou aquele que estava em cima da moça, era uma de suas irmãs. A moça se arrastou para longe e se encolheu em um canto, os dois lobos ficaram andando em círculo por um tempo rosnando um para o outro, Jamal percebeu que os outros estavam vindo na sua direção, se ele quisesse ter alguma chance de salvar aquela mulher tinha que atacar, e assim ele fez. Atacou sua irmã e em seguida os outros lobos entraram na briga.

A moça aproveitou a briga e se esgueirou para fora do quarto, saiu correndo até chegar do outro lado da rua e então parou. Só então conseguiu assimilar o que tinha acontecido, o lobo era o homem, ele a estava defendendo e iria morrer. Ela voltou correndo, entrou em casa e pegou uma faca na cozinha; andou devagar, ainda ouvia rosnados, a primeira coisa que viu foi um dos lobos mortos, mas não era o seu, o seu tinha as patas pretas. Continuou andando, outro lobo estava acuado em um canto, sangrava, mas ainda respirava. Também não era o seu. Empurrou a porta do quarto, Jamal estava entre a parede e os outros três lobos. Assim que a mulher entrou, os lobos se viraram, um deles correu até ela, ela colocou a faca na sua frente e quando o lobo saltou a lâmina entrou na barriga do animal. Os dois caíram no chão, o lobo morto em cima dela. Antes mesmo que ela pudesse jogá-lo para o lado, outro lobo mordeu sua perna e ela soltou um grito. Ouviu mais rosnados e o som de choro de animal, quando conseguiu empurrar o animal para o lado, tirou a faca do seu peito e então sentiu uma dor lacerante nas suas costas. Ela viu de relance Jamal caído. Com o resto de força que tinha, ela conseguiu fazer um corte na perna do animal, que a soltou. O grito da moça fez com que os vizinhos viessem ver o que estava acontecendo e nessa hora entraram dois homens com pedaços de madeira nas mãos. Jamal escutou a chegada dos homens, bem antes deles entrarem na casa e por isso voltou a sua forma humana, sabia que o matariam se o vissem como lobo. Eles entraram e os dois lobos que ainda estavam vivos, conseguiram escapar, visto que Jamal gritou para eles os deixarem ir e cuidarem da mulher.

Jamal e a moça foram levados  para o hospital. Ele se recuperou muito mais rápido do que ela e não tinha nenhuma intenção de ficar por ali. Duas de suas irmãs tinham sobrevivido e ele as conhecia muito bem para saber que elas não deixariam aquilo barato. Deixou um bilhete para a mulher se mudar e evitar andar por lugares isolados a noite. Não explicou nada, não disse seu nome nem quem era e foi embora.

(Jamal é um personagem do meu livro C.S. para comprar o livro clique aqui)

Marina Sandoval

Brianna

Brianna descobriu seu lado demoníaco aos 13 anos. Na época ela e seu pai vivam em um trailer, sempre viajando. Ela sempre gostou da biblioteca e um dia ficou ali até mais tarde, quando estava voltando para o trailer passou na frente de cinco meninos. Ela atravessou a rua, mas percebeu que eles começaram a vir atrás, então correu. Correu o mais rápido que conseguia, largou os livros que tinha nas mãos e continuou correndo, mas então uma dor aguda no seu peito a fez parar. Ela caiu de joelhos e sentiu as gengivas rasgarem e os dedos pulsarem de dor. Os meninos a alcançaram,  mas quando um deles colocou a mão no seu ombro, ela avançou para cima dele como um animal acuado, rasgando sua garganta com os dentes. Os outros estavam para fugir, mas ela não deixou. Abriu as costas de um deles com as unhas e quebrou o pescoço de outro. Os outros dois já estavam longe. Ela correu atrás deles, correu tão rápido que voou para cima deles fazendo os dois rolarem pelo chão. Brianna arranhou o rosto de um e arrancou o coração do outro. Ficou ali, ofegante, com sangue por todos os lados. Quando olhou para o menino com o rosto rasgado viu que ele ainda estava vivo, mas estava se decompondo, se decompunha vivo. Um pequeno sorriso nasceu no seu rosto, mas ela logo ela voltou em si. Ouviu vozes ao longe, olhou em torno mais uma vez e saiu correndo.

Quando seu pai abriu a porta do trailer viu Brianna parada com os olhos amarelos e vazios. Sua roupa, seu rosto, seus braços, tudo sujo de sangue. Ele a colocou para dentro enquanto se certificava que não havia ninguém por perto. Perguntou se ela estava machucada, mas ela não respondia. Depois de procurar pelo corpo da menina, chegou a conclusão de que o sangue não era dela. Ela não precisava falar, ele sabia o que tinha acontecido. Colocou a menina sentada no banco da frente e deu partida. Precisavam sair dali.

Seu pai dirigiu por 12h seguidas.  Depois de um tempo no carro, Brianna acabou dormindo. Ele parou na beira de uma estrada deserta e a acordou dizendo que ela precisava tirar aquelas roupas e ir se lavar.  Ela obedeceu apaticamente e enquanto ela tomava banho, ele queimou as roupas na beira da estrada. Quando voltou para o trailer se ajoelhou na frente da filha e pediu desculpas, sabia que aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde, mas achou que tinha mais tempo e não sabia como contar para ela que ela era meio demônio. Depois de ouvir seu pai ela só lhe fez uma pergunta, que era por que o rosto do menino começou a se decompor. Seu pai lhe explicou que ela, assim como ele, era venenosa, como uma cobra ou aranha, e esse era o efeito do seu veneno. Não demorou muito para Brianna entender que foi o seu veneno que matou sua mãe quando ela nasceu e seu pai não pode negar. Depois que ela contou exatamente o que aconteceu, ele tentou amenizar o ocorrido dizendo que ela estava se defendendo, mas esse não era o problema, ela sabia disso, não se sentia mal por ter matado os meninos, se sentia mal porque tinha gostado.

Os dias passaram e eles não pararam de viajar. Aos poucos seu humor foi melhorando, principalmente com seu pai treinando seu autocontrole. Certo dia foram parar no Vale do Rubi, seu pai tinha um velho amigo que morava ali. Brianna gostou do lugar e seu pai decidiu que eles ficariam ali; vendeu o trailer e com o dinheiro comprou um bar caindo aos pedaços. Seu amigo o ajudou a reformar o bar e Brianna e seu pai se estabeleceram ali.

(Brianna é uma personagem do livro C.S., para comprar o e-book clique aqui.)

Passado de Christa

Há muito tempo atrás, Christa se apaixonou por um mortal. Ele não era, porém, o tipo de mortal por quem as valquírias normalmente se apaixonam; era um assassino profissional.

Os dois ficaram juntos na terra por dois anos e então, certo dia, ele recebeu um trabalho que consistia em matar uma pessoa importante; ele falhou e foi seriamente ferido, mas conseguiu escapar e voltou para o seu esconderijo onde Christa o esperava. Apesar dos seus esforços, ela não conseguiu salvá-lo, então fez a única coisa que podia para continuar com ele: levou sua alma para o Valhalla.

Durante um tempo ninguém percebeu que aquela alma não pertencia aquele lugar onde só residiam almas de heróis, quando, porém, seu amado se meteu em uma briga, eles descobriram a verdade, Odin expulsou a alma do assassino para o mundo dos mortos ignorando todas as súplicas de Christa.

Inconformada e obstinada, ela foi ao mundo dos mortos com a intenção de trazê-lo de volta; lá encontrou um exército pronto para expulsá-la; ela recuou, mas ainda não tinha desistido. Fingiu ter aceitado o destino do assassino e secretamente recrutou almas de jovens mulheres que morreram com o coração partido, prometendo a elas a chance de se vingar, ela criou o seu próprio exército e voltou ao mundo dos mortos.

A batalha foi árdua para ambos os lados e ela ameaçou abrir as portas do mundo dos mortos e deixar todas almas saírem, mas a guerra já tinha chegado aos ouvidos de Odin. O Deus levou seu exército para as portas do mundo dos mortos. Odin levou com ele um baú feito para aprisionar almas. Assim que teve oportunidade, em meio a batalha, utilizando um disfarce, o Deus conseguiu se aproximar da valquíria furtivamente; quando ela se deu conta, Odin estava ao seu lado, forçando sua mão a empurrar o besouro. O baú se abriu, sua alma foi sugada e ela caiu na terra com o que restava do seu exército.

Dia 20

Faz tempo que não escrevo. Estive viajando. Fui conversar com meu pai…  agora eu tenho certeza de que nem todas as valquírias são más. Isso já é alguma coisa, acho…

Andei pesquisando sobre demônios e lobisomens, mas tudo o que eu encontro são informações que muitas vezes se desencontram. Mas eu descobri que a palavra demônio em outras línguas não significa algo ruim, o que explicaria as atitudes de Brianna, sem contar que ela disse que era meia humana. Cada religião vê os demônios de forma diferente, mas muitas acham que eles são espíritos, muitas vezes felizes e brincalhões, mas não maldosos.

Já sobre lobisomens a maioria das coisas que eu li parece mais lenda do que verdade, nenhuma delas se encaixam com aquilo que eu vi, quando ele começou a virar lobo, não tinha nenhuma lua cheia, aliás era dia! Ele também não me pareceu descontrolado, do tipo que mataria todos que visse pela frente, posso afirmar com certeza que ele sabia muito bem o que estava fazendo…

Por enquanto acho que é isso que tenho, espero ter mais informações em breve.

 

C.S.