Blog Tour: Cássia Pires

Hoje vamos fazer um blog tour com a autora, revisora e minha amiga Cássia Pires.

A Cássia é de São Paulo, formada em Comunicação Social pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Ela tem dois livros publicados: Dos passos da bailarina e Primeira frase de um livro não escrito.

Eu fiz uma entrevista com ela para saber mais sobre seu processo de criação e também mais detalhes dos seus livros.

Então vamos lá 🙂

Entrevista:

No que você está trabalhando no momento?

Estou trabalhando em uma novela. Já tenho a estrutura, estou terminando a pesquisa e em breve começarei a escrevê-la.

Qual autor inspira você?

São três: Clarice Lispector, Katherine Mansfield e Jane Austen.

O que você já escreveu?
(*Inclua livros, poemas, contos, blogs, etc.)

Dois livros, o “Dos passos da bailarina”, de textos sobre dança, e o “Primeira frase de um livro não escrito”, compilação de textos meus ao longo de dez anos. Mantive os blogs “Olhos caramelos” e “Cássia Pires” e hoje tenho o “Dos passos da bailarina” e o “Carambolas azuis”. Também escrevi a peça teatral “Ne forte”, inscrita em um prêmio da Funarte (mas não ganhei nada).

Onde nós podemos comprar seus livros ou ler o que você escreve? 

O livro “Primeira frase de um livro não escrito” está apenas na Amazon (www.amazon.com.br e www.amazon.com). O livro “Dos passos da bailarina” está na Amazon (www.amazon.com.br e www.amazon.com), Clube de Autores (www.clubedeautores.com.br), Kobo (www.kobobooks.com) e Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br). No blog “Carambolas azuis” (carambolasazuis.wordpress.com), eu escrevo textos curtos vez ou outra.

Qual é o gênero dos seus livros?

O primeiro é não ficção, o segundo fica entre contos e memórias e o terceiro será romance.

Qual ator/atriz você gostaria que interpretasse o seu protagonista no seu livro mais recente?

Eu gostaria que fosse uma atriz desconhecida (aquelas escritoras que fazem exigências para a produção acontecer, hehehe), mas que tivesse o olhar de solidão e deslumbramento da minha personagem. Mas se fosse para escolher um nome, talvez a Ruth Wilson, ela traria exatamente isso no seu semblante.

Você faz muita pesquisa?

Não muita, mas gosto de estudar o universo da história antes de começar a escrever. Assim, seleciono passagens de livros, fotos, ilustrações, filmes e vídeos que têm relação com o que vou contar.

Você já escreveu algo junto com outros autores?

Ainda não, mas adoraria.

Quando você decidiu se tornar escritor?

Quando a minha vida deu uma guinada significativa e eu fui obrigada a mudar de caminho.

Por que você escreve?

Na literatura é onde me sinto mais tranquila e confortável. Além disso, eu me expresso melhor pelas palavras.

Você tem uma hora do dia especial para escrever?

Não tenho uma hora especial, mas prefiro escrever em momentos de calmaria, sem muito barulho ao redor.

Você escreve todos os dias?

Não, mas pretendo criar uma rotina de escrita. Acho que facilita o trabalho.

Onde você escreve?

Na mesa do meu quarto.

De onde vem suas ideias?

As minhas ideias vêm dos lugares mais improváveis. Um diálogo que ouvi no transporte público, um debate político na TV, um tuíte de um desconhecido, uma publicação de alguém no Facebook, uma cena de uma série, uma frase de um livro, uma memória de algum acontecimento da minha vida ou de uma história que me contaram. Tudo pode virar literatura.

Você trabalha com um plot definido ou você vai escrevendo até ver onde a ideia te leva?

Um plot definido e a história estruturada, eu preciso ter uma noção clara de começo, meio e fim.

Qual é a coisa mais difícil em ser escritor?

Lutar contra a sensação de que tudo já foi escrito e não temos mais nada que valha a pena contar.

Qual foi a maior dificuldade em escrever seu último livro?

Ainda estou no meio do processo, por enquanto, foi definir a estrutura. Entre o meio e o final existia um vácuo, não havia sentido, e demorei alguns dias mexendo na história até encontrar o caminho que eu pretendia. Agora, preciso ver se funcionará ao escrever.

Qual é a melhor coisa em ser escritor?

Ouvir alguém lhe dizer: “Amei o seu livro, ele foi muito importante para mim”.

Quanto tempo normalmente você leva para escrever um livro?

Ainda não sei, este em que estou trabalhando é o primeiro que foi pensado como tal.

Você às vezes tem bloqueio de escritor?

Eu tenho bloqueio para criar a história, mas depois de estruturá-la, ela acontece de maneira rápida e fluida.

Como você lida com bloqueio de escritor?

Eu deixo o texto descansando por um tempo e me ocupo com outras coisas. Se eu forçar, nada acontece, então prefiro esperar até voltar a escrever.

Você tem alguma dica para superar o bloqueio de escritor?

Não adianta se estressar, saia da frente do computador ou do papel e faça algo que lhe agrada. Inexplicavelmente, a história volta a acontecer na nossa mente.

Quais são seus autores preferidos?

Jane Austen e Stieg Larsson.

Você prefere ler livros de papel ou ebooks?

Ebooks, eu desenvolvi alergia à tinta de impressão e não posso mais ler em papel. Em todo caso, se ainda pudesse, não sei se teria alguma preferência, leria das duas maneiras.

Quais livros você está lendo no momento?

“O sol é para todos”, de Harper Lee.

Você deixa seu livro de molho por um tempo (como um mês) para depois voltar a ler e editar?

Deixo por uma semana, no máximo, senão perco o fio da meada.

Você acha que a capa representa um papel importante na hora de comprar um livro?

Muito importante, é o primeiro contato que temos com um livro. Mesmo nos ebooks, ela chama a nossa atenção no mar de tantos livros. Eu tenho um cuidado especial com as capas.

Como você publicou seus livros? (independente ou com editora) e Por quê?

Os dois livros foram independentes e o terceiro também será. Foi a maneira que encontrei de publicar os meus livros sem precisar de uma editora.

Quais seriam, segundo a sua opinião, as desvantagens e vantagens de publicar de forma independente e com editora?

Na publicação independente, nós temos a liberdade de editar o livro como quisermos, pois todo o processo está em nossas mãos. Porém, vejo nisso uma vantagem porque já realizei trabalhos em diversas etapas desse processo (preparação, revisão, redação, edição) e sei como funciona. Se não fosse assim, não sei se teria tanta confiança para cuidar de tudo. A desvantagem é a divulgação, não temos meios, verba ou contatos para uma estratégia de marketing mais agressiva.

Em relação às editoras, a vantagem é ter um editor responsável pelo livro; além do seu olhar profissional, várias pessoas diferentes cuidarão de tudo. Sozinha, você se joga no escuro. A desvantagem é não ser mais dona do seu trabalho, os direitos de publicação serão da editora.

Em quais formatos o seu livro está disponível?

Apenas em ebook. O “Dos passos da bailarina” pode ser lido em Kobo, Kindle e PDF e o “Primeira frase de um livro não escrito”, apenas no Kindle. Ainda não decidi em quais lugares publicarei o terceiro.

O que você faz nas horas vagas?

Leio e assisto a séries e filmes, também acompanho futebol, assisto a jogos e mesas redondas.

Qual é uma frase que motiva você?

Não é uma frase, mas o começo do livro “A história do rei transparente”, de Rosa Montero.

“Eu escrevo. É minha maior vitória, minha conquista, o dom do qual me sinto mais orgulhosa; e as palavras, embora estejam sendo devoradas pelo grande silêncio, hoje constituem minha única arma.”

Qual é seu livro preferido e por quê?

É difícil escolher um preferido, mas tenho pensado muito em “Norte e sul”, de Elizabeth Gaskell. É uma história de amor em que existe igualdade entre o homem e a mulher, em um livro publicado em 1854.

Qual é seu filme preferido e por quê?

No momento, o meu filme preferido é “As horas”, dirigido por Stephen Daldry. Há uma breve relação entre ele e o meu novo livro, só não posso contar qual é para não acabar com a graça.

Onde você se vê daqui cinco anos?

Eu me vejo com vários livros publicados e fazendo meu discurso de vencedora do Prêmio Pulitzer (essa última parte é brincadeira, hahaha).

Que conselho você daria para você mesmo quando era mais jovem?

Não precisa esperar até os 30 e poucos anos para escrever para valer. Assuma a escritora que sempre existiu em você.

Qual pessoa famosa, viva ou morta, você gostaria de conhecer e por quê?

Queria ter uma longa conversa com Joseph Campbell, porque o livro “O poder do mito” mudou minha visão de mundo. Também gostaria de conversar com a Jane Austen e dar um abraço apertado nela, só para agradecer por tudo.

Que conselho você daria para quem quer se tornar escritor?

Escreva. Escritor é quem escreve e se não há textos seus para serem lidos, não há o que dizer.

Como os leitores do blog podem saber mais sobre você e seu trabalho?

Website: cassiapires.wordpress.com
Blog: carambolasazuis.wordpress.com e dospassosdabailarina.wordpress.com
Facebook: www.facebook.com/cpcamargo
Twitter: twitter.com/cassiapires
Pinterest: www.pinterest.com/cassiapires
Amazon: EUA, Brasil
Clube de Autores: www.clubedeautores.com.br/authors/99881
Goodreads: www.goodreads.com/cassiapires

Skoob: www.skoob.com.br/usuario/12178-cassia-pires

Dia 20

Faz tempo que não escrevo. Estive viajando. Fui conversar com meu pai…  agora eu tenho certeza de que nem todas as valquírias são más. Isso já é alguma coisa, acho…

Andei pesquisando sobre demônios e lobisomens, mas tudo o que eu encontro são informações que muitas vezes se desencontram. Mas eu descobri que a palavra demônio em outras línguas não significa algo ruim, o que explicaria as atitudes de Brianna, sem contar que ela disse que era meia humana. Cada religião vê os demônios de forma diferente, mas muitas acham que eles são espíritos, muitas vezes felizes e brincalhões, mas não maldosos.

Já sobre lobisomens a maioria das coisas que eu li parece mais lenda do que verdade, nenhuma delas se encaixam com aquilo que eu vi, quando ele começou a virar lobo, não tinha nenhuma lua cheia, aliás era dia! Ele também não me pareceu descontrolado, do tipo que mataria todos que visse pela frente, posso afirmar com certeza que ele sabia muito bem o que estava fazendo…

Por enquanto acho que é isso que tenho, espero ter mais informações em breve.

 

C.S.

Dia 1

Então, depois de tudo o que passei resolvi começar a escrever o que andei pesquisando. Ainda não tenho muita coisa, mas acho bom anotar por dois motivos: primeiro para que eu não esqueça e segundo para que alguém tenha algo em que se apoiar no futuro e não fique como eu perdido sem saber o que é real e o que não é.

Bom, eu segui o conselho de Brianna (que é meio demônio,  ainda não entendi como isso funciona, assim que souber eu vou escrever sobre isso). Ela disse que eu precisava ler mais e é isso que eu estou fazendo, só não sei o que exatamente devo ler, então estou lendo tudo o que encontro… mas isso não interessa para vocês. Obviamente a primeira coisa que procurei saber foi: o que ou quem são as Valquírias. 

Bom, pelo o que eu entendi elas são como anjos da morte, mas elas não saem em busca de qualquer alma, elas só recolhem as almas de heróis escolhidos para fazerem parte do exército de Odin. Algumas descrições dessas mulheres dizem que elas são seres que gostam da guerra e do sangue, outras dizem que elas são vulneráveis e vivem se apaixonando por humanos. Depois de conhecer Christa eu acho que acredito mais na primeira descrição, mas Brianna disse que não são todas assim, então talvez haja dois tipos…

Quando eu conseguir falar com meu pai, creio que isso ficará um pouco mais claro. 

Depois de ter tantos sonhos com o maldito besouro, também pesquisei sobre ele. Esse inseto pode ser ser encontrado em muitos hieróglifos egipcianos  e os pesquisadores atribuíram os seguintes significados para esse símbolo: transformação, o que passou a existir, modo de ser, aquele que passou a existir. Acho que isso explica por que tinha justo um besouro naquele baú. 

Por enquanto é só que tenho, mas voltarei em breve.

C.S.

 

O que você faz?

Você sai correndo em disparate. Ainda não consegue ver a lata de lixo, mas ouve o barulho do caminhão e corre ainda mais depressa, o caminhão está indo embora, mas você não desisti, corre e grita para eles pararem. Um dos lixeiros escuta seus gritos e corre na sua direção. Você tenta falar, já sem fôlego “Tem… a caixa… eu… preciso…”

“O quê? Uma caixa. Xi, já vai tá toda amassada. Desculpa.”

“Não… não tem im… importância.”

O homem não entende muito bem, mas vai correndo até o caminhão que se afasta devagar e pede para o motorista parar.

Você caminha até o caminhão e revira o lixo todo amassado, os outros lixeiros te observam. Finalmente você acha a caixa, está completamente deformada, nem pode mais ser chamada de caixa, mas sim de papelão amassado, porém, não importa. Você agradece com um grande sorriso, o lixeiro não sabe o que dizer e você volta para casa caminhando calmamente.

Ao chegar em casa você coloca a caixa em cima da mesa e vai tomar um copo d’água, quando volta para a sala não se surpreende ao ver a caixa montada e inteira em cima da mesa. Você sorri novamente, mas e agora? Será que deve dormir de novo? Como chamar o menino? Muitas dúvidas começam a surgir, e uma em particular, é muito perturbadora, será que deveria ter ido atrás da caixa?

O que você faz?

1. Volta para a cama.

2. Tenta contatar o menino através da caixa.

3. Liga para alguém.

 

Corredor

Você abre a porta com cuidado e dá uma espiada, mas a única coisa que consegue ver é um corredor tão branco quanto o quarto. Você dá um beliscão em você mesmo, não, não está sonhando, pois a dor é real. Saindo do quarto você pode ir para a direita ou para a esquerda. Para onde você vai?

 

No quarto, você….

Você corre atrás dele, passa por corredores, desce escadas, mais corredores, um salão, sobe escadas e para em um quarto. O menino está no balcão olhando para fora. Você fica parado na porta, sem saber exatamente o que fazer. Ele olha para trás, vocês se encaram por um momento e ele pula. Você corre atrás dele e acorda gritando.

O travesseiro está molhado de suor. Você passa a mão no rosto e quando está conseguindo se acalmar leva outro susto. Você não está no seu quarto. Devagar, você desce da cama, está escuro, mas você sabe que aquela não é sua cama, pelo simples fato que sua cama não é redonda e aquela em que você acordou, é. Você dá alguns passos para frente com os braços esticados, procurando a parede. Depois de uns seis passos você a encontra e começa a procurar por um interruptor; não demora muito para encontrar.

Quando a luz se acende você percebe que está em um quarto todo branco, pareceria com o quarto de um hospital se não fosse pelo seu formato arredondado. Os únicos móveis eram a cama e um pequena armário em um canto. Do lado do interruptor tem uma porta, também arredondada. Você…

1. Volta para a cama.            2. Vai olhar o que tem no armário.           3. Abre a porta.

O que você faz? – 4

Você joga a caixa no lixo e volta para casa correndo. Ao entrar em casa você tranca bem a porta e verifica todas as janelas. Você limpa o chá que caiu no chão e lava a xícara que por sorte não quebrou. Você decide tomar uma remedinho para conseguir dormir.

Enquanto você está deitado olhando para o teto, você tenta achar uma solução lógica para tudo aquilo e acaba dormindo. Você sonha que está em um prédio em ruínas, você caminha pelos corredores, sobe escadas, desce escadas e vai parar sempre no mesmo ponto. Você olha em volta e dá um pulo quando vê uma garotinho te olhando. Ele está sujo com as roupas rasgadas, vocês se olham por um tempo e ele sai correndo. Você o segue?

O que você faz?

Você encosta o ouvido na caixa, não escuta nada. Achando aquilo um tanto suspeito, você liga para a polícia e explica o ocorrido. A mulher não parece achar que isso merece atenção da polícia, mas você insiste e ela diz que está mandando uma viatura. Enquanto você espera resolve fazer um chá. Quando você volta a olhar para a caixa, tem a nítida impressão que ela se mexeu. Você se aproxima devagar e  a campainha toca, a xícara caí da sua mão em cima da caixa, que tomba e se abre. A caixa está vazia. Você sente um nó no estomago e muita vergonha de ter chamado a polícia. A campainha toca de novo. Você abre a porta já se desculpando e diz que se enganou. Os policias te dão um sermão, mas vão embora. Você fecha a porta e volta a olhar para a caixa, que não está mais molhada, nem aberta. Está exatamente como estava antes. Depois de um segundo de espanto, você pega a caixa decidido, sai de casa e vai até a lata de lixo que fica na rua. Mas chegando lá, hesita. Você joga a caixa fora?

 

Caixa – sim ou não

Você acorda assustado. Devagar as batidas do seu coração vão voltando ao normal. Você vai até o banheiro, escova os dentes, lava o rosto, coloca seu pijama e quando já está puxando as cobertas, se lembra das portas. Melhor ver se estão trancadas. A porta da frente está destrancada e tem um pacote na frente. Você olha ao redor, mas não tem ninguém. Pega a caixa e a coloca em cima da mesa.  É uma caixa normal de papelão, mas não tem nada escrito. Você vai abrir?